Últimmas Folhas

16 de maio de 2008

Distração

DISTRAÇÃO

Você me distrai. Mas como pode? Ninguém me distrai, essa minha confissão só pode ser uma mentra. Do jeito que estou, entorpecida pelo sono e pela bebida, só posso estar mentindo para mim mesma. Você não pode me distrair, ninguém nunca conseguiu essa proeza. Você não é real, por que me importo? É uma pessoa distante, mas mesmo assim... Só pode ser a bebida. Essa confissão é falsa e sonolenta e irreal, porque ninguém nunca me distraiu.
Não crie castelos de areia na beira do mar, pois este sempre irá levá-los embora. Você sabe disso, por que insiste nesse falso testemunho? Alguém, algum dia, acreditará que é mesmo falso ou a dúvida sempre permanecerá? Se a bebida... Mas mesmo se ela ajudasse, ninguém acreditaria na verdadeira história. E que dia seria hoje, à uma da manhã? Sabe, eu não lembro, pois você me distrai (como nunca fizeram antes). E o que será do sonho que sonhei ontem? Não posso me esquecer! Mas o sono e a bebida sim... Pois você me distrai.