Últimmas Folhas

24 de junho de 2006

O Gato, Canto II

O GATO, Canto II

Era uma vez um gato
que se perdeu no mato
e virou um sapo.

E patati, patatá.
Acabou-se o fato.

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Fronteiras do Universo

Fronteiras do Universo

Onde as sombras de cada universo podem ser contempladas,
onde a mão do Criador não pôde penetrar, e onde o coração
dos homens jamais alcançará; lá, onde não há dia nem noite,
antagonismo ou cores ou sentimentos. Naquela imensidão
sem forma conteúdo ou voz, naquela negação de tudo,
onde nenhuma lei se aplica e a neutralidade prevalece
sobre o nada que não há.
Lá é onde o Eterno Inimigo perscruta a noite dos Homens,
e acaricia suas sombras e a de seus mundos, esperando por sua Deixa,
aguardando sua hora, quando as cortinas da Existência se abrirão para
o Último Ato, e sua presença derradeira encerrará a Ópera da Vida - sem
aplausos ou Ser para assisti-la; quando ele fechará as cortinas
e todos os mundos e formas e cores e coisas sumirão nela,
englobados pela negação da própria Escuridão, que nunca existiu então.
E não existirá mais o tempo ou o espaço, nem a partícula ou o átomo
Nem comparações à Ópera do Criador de Paraísos.
Pois assim como começara aquela ópera grandiosa, decadente e retórica,
o Inimigo a encerraria com a maestria que nem mesmo o Criador poderia -
Pois não haveria mais mundos ou tempos para apreciar.

Pensar II

Pensar II
(para o perdido Pensar I em algum lugar...)

Estou cansada de pensar.
Acho que já disse isso
em algum outro lugar.
Numa poesia, talvez.
Que esqueci numa gaveta do
um, dois, três.