Últimmas Folhas

24 de setembro de 2006

As Horas

AS HORAS
Ode à um Lobisomem


E as horas, pobres horas!
Que se arrastam pelo chão,
Ilustradas por ponteiros,
ressoadas por cordão.

Eu espero as pobres horas
que virão e passarão.
Lua sumindo ao clarear do dia,
diminuindo a depressão.

Esqueço de olhar as horas,
Que virão e passarão.
Que soam o ontem em baladas
que todos esquecerão.

E minha vida se arrastando,
Se arrastando como horas de cordão.
Ressoada por lamúrias,
Aprisionada por maldição.

E os vagalumes, vagabundos,
Piscam ao meu olhar
Que não consegue enxergar
a beleza do luar.

E as horas... Se arrastando...
Se arrastando pelo chão...
Escapando por entre os dedos,
Fugindo de minhas mãos!

E as horas, pobres horas
Rastejando sem ação.
Correm secas nas escadas,
Correm mortas no porão.

/poema tão antigo que nem sequer lhe lembro o ano. Talvez 2004.