Naqueles dias sozinhos, sempre colocava o livro de lado, apoiava o queixo numa mão e olhava, ponderando as coisas do mundo, a paisagem da varanda. Ficava ali, em repouso e em silêncio; imóvel. Todo o barulho que ouvia vinha do mundo lá fora. E lá ficava, pensando, à espera.
Sempre esperando que alguém abrisse a porta que nunca era trancada e entrasse em sua casa, para encontrar ali a pessoa imóvel e vulnerável na cadeira de embalo. Chegasse e surpreendesse sua taciturnidade. E perguntasse:
– O que você está fazendo?
Fazia isso em todo dia de silêncio.
Mas a porta jamais era aberta.
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