AS HORAS
Ode à um Lobisomem
E as horas, pobres horas!
Que se arrastam pelo chão,
Ilustradas por ponteiros,
ressoadas por cordão.
Eu espero as pobres horas
que virão e passarão.
Lua sumindo ao clarear do dia,
diminuindo a depressão.
Esqueço de olhar as horas,
Que virão e passarão.
Que soam o ontem em baladas
que todos esquecerão.
E minha vida se arrastando,
Se arrastando como horas de cordão.
Ressoada por lamúrias,
Aprisionada por maldição.
E os vagalumes, vagabundos,
Piscam ao meu olhar
Que não consegue enxergar
a beleza do luar.
E as horas... Se arrastando...
Se arrastando pelo chão...
Escapando por entre os dedos,
Fugindo de minhas mãos!
E as horas, pobres horas
Rastejando sem ação.
Correm secas nas escadas,
Correm mortas no porão.
/poema tão antigo que nem sequer lhe lembro o ano. Talvez 2004.
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